My Visitor's Origins ;)

domingo, outubro 28, 2007

Idiossincrasia...



A beleza do ser humano não reside apenas nos erros que cometem pelos limites que lhe são inerentes...

A beleza do ser humano reside sobretudo na sua idiossincrasia...

Contudo o que acontece nos dias de hoje é que essa naturalidade, espontaneidade e sensibilidade tendem a tornar-se coisas sujas, sob a forma adulterada nas pessoas...

E por isso... quando encontramos no carácter de alguém essa idiossincrasia... devemos admirá-las e procurar estar perto delas...

Talvez por consequência, a felicidade também esteja perto... :) E para mim, esta imagem faz-me debruçar sobre isso... =)

Fiquem bem...Fiquem em paz...

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domingo, outubro 21, 2007

O amor alheio...

Numa primeira impressão, há sempre o receio do sentimento de não inclusão quando estamos na presença de um casal. Esse sentimento, embora cliché, é claramente válido, sobretudo numa situação em que a terceira pessoa tem um perfil solitário...

Ontem, 2o de Outubro de 2007, sábado...

Passei a noite convosco... e que noite! =)

A carência advém da solidão... e a solidão é a minha melhor amiga...

Embora tivesse o receio de não me sentir confortável no meu papel, essa expectativa, não se confirmou de todo... =)

A noite foi sinónimo de simplicidade e naturalidade, porém repleta de pequenos momentos, uns hilariantes, e outros genuínos (não foi Ricardo?)...

Vi... Observei... Avaliei... Reflecti... Analisei... Imaginei... Perspectivei...

A ternura do toque...

A profundidade do olhar...

A cumplicidade e o brilho desse mesmo olhar...

A empatia criada...

A harmonia proporcionada entre ambos...

O carinho do beijo...

A gargalhada "vinda lá do fundo"...

A nostalgia do Verão, quando tudo começou...

A força do abraço...

A reciprocidade do calor humano...

E, mais importante de tudo, A PUREZA do sentimento mútuo...


Que posso eu dizer?

Que um dia espero ter essa "sorte"?... Talvez... se for esse o meu destino... =)

Sei uma coisa... que me senti feliz por presenciar tamanha quantidade de sensações positivas entre estas duas personagens que agora fazem parte da minha vida...

Senti-me feliz por presenciar esses momentos...

Sinto-me feliz por tê-los na minha vida...

Sinto-me feliz por fazer parte da vida de alguém...

Sinto-me feliz pelos meus amigos estarem felizes...!

Sinto-me feliz por haver ainda pessoas neste filho da puta deste mundo que conseguem encontrar "um alguém" que a complete...

Sinto-me feliz e basta. =) Estou orgulhoso de mim mesmo pelo que vi, senti e consegui transpor "cá para fora"...

Um bem haja a vocês, Ana Paula e Ricardo... =)* DESEJO-VOS O QUE DE MELHOR O MUNDO TEM PARA VOS OFERECER =)*

Fiquem bem... Fiquem em paz [[[ ]]]

sábado, outubro 20, 2007

(...) quem sou...! Sou uma pessoa =)

Preciso...

Preciso de me lembrar quem sou...!

Por vezes não me reconheço... sinto que aos poucos me fui corrompendo e tornando facilmente influenciável perante a sociedade vigente...

Porém o meu objectivo é ser fiel a mim mesmo, até ao fim da minha vida! Mas a minha rota traçada tem todos os dias tantos caminhos, tantos atalhos, e todos eles tentadores...

Tenho fracassado e tenho caído no erro de seguir por esses falsos atalhos, que não me levam a lugar algum.

Preciso....

Preciso de me lembrar quem sou...!

Preciso de não fracassar mais na rota da vida, para que não me tornar num ser vulgar, obsoleto... É difícil, eu sei... mas não impossível.

Foi graças a ti, Inês, que me apercebi disto... =)

Somos pessoas de armas, pessoas! Seres humanos com verdadeiro espírito, alma genuína! Seres terrenos que adoram a imperfeição do ser humano na sua essência...

Somos pessoas que amam os seus amigos... mesmo quando "o amigo" se resume à simplicidade do "eu com a minha cerveja"...

Somos PESSOAS!... Pessoas de armas...e "as armas quando nos defendem sao as nossas melhores amigas", não é, Inês?... Porque a função do nosso amigo é defender-nos...

Somos pessoas! Não queremos ser melhores nem tão pouco iguais a ninguém! Queremos ser iguais, fiéis a nós mesmos...
E "conseguir ser fiel a si mesmo é dos maiores desafios da vida, e que quase ninguém consegue sê-lo"...

Ora... eu sou uma pessoa... eu gosto de desafios... e quero ser fiel a mim mesmo, para poder provar a minha unicidade enquanto ser =) e tirar daí algum orgulho, felicidade.
Por outras palavras, a busca do "self ideal" por parte do "self real" é a tarefa da vida, quando todas as restantes necessidades mais básicas se encontram satisfeitas... n'est-ce pas Inês? =)

Só que por ser tão difícil essa busca, esse caminho repleto de falsos atalhos, é que nós, Pessoas, "sofremos tanto"...

E por quê, pergunto eu?

Porque a puta da busca incessante é mais dificil que o "caminho pra Gondor"!

E porque há mil e um "Gollum's" a tentar roubar-nos o nosso "anel"...

Sim, parece disparate, mas é a melhor analogia que encontrei para melhor caracterizar este sentimento que me vai cá dentro... Só entenderá quem for verdadeiramente perspicaz.

Uma coisa eu sei: ninguém me rouba o meu "anel", ninguém me roubará o meu "eu"...

Obrigado Inês...

E um bem haja a ti, Ana Paula... és uma "arma" muito preciosa para mim.


Fiquem bem... Fiquem em paz [[[ ]]]

Olá mundo solitário...

Depois de um mês de grandes emoções, o que nos resta quando chega tudo ao fim?...

Chamem-lhe auto-comiseração, chamem-lhe o que quiserem, mas a verdade é que quando a esperança acaba, o desespero surge de imediato.

Até ao dia de ontem, havia esperança.
Até ao dia de ontem, sempre pensei que fazia "parte do teu mundo" e "do teu coração"...

Mas tu dizes-me que não consegues mandar no teu coração... e dizes que "gostas de mim, mas não como dantes"...

Uma oportunidade... foi o que te pedi para te provar que o teu coração está errado, que foi "corrompido"... Mas não ma deste. E ainda bem.
Posso estar a ser egoísta, mas de futuro vais-te aperceber disso... e eu só espero que não seja tarde demais...

Sabes porquê?! Porque gosto de ti... e vou esperar por ti...

Sonho acordado no meu dia-a-dia contigo...
Vejo-me numa ilha... numa ilha linda, verdejante, com tudo o que de bom se pode ter... o verdadeiro paraíso... Mas nessa ilha, só lá estou eu... e penso: "Para quê viver no paraíso, se a única coisa que verdadeiramente quero, preciso, ambiciono, não a tenho?".

Só me faltas tu... "Só tu"...
"A falta que me fazes"...
Como te quero... como me dói!!!...


A subtileza de um olhar teu... a discreção de um sorriso teu... a ternura do teu beijo... o arrepio do teu toque... o conforto do teu abraço... tudo isso acabou...!

Porra!!! Mas porquê?! Porque raio é que eu me entrego assim a alguém?! Não mereces o meu amor, não mereces o meu carinho, nem tão pouco mereces que esteja neste momento a ser sincero sobre o meu sentimento do "agora".

Terá sido carência?! Não, com certeza...

O que se terá passado então, para eu ter sucumbido perante tal pessoa, com tal sentimento?!
Não sei... não consigo entender-me a mim próprio...
Sei algo: Tudo isto passará a ser saudade...

E o meu melhor amigo passará a ser a solidão... a pura solidão que me acompanha sempre nos momentos piores da minha vida...
Sim... a solidão acompanha-me nestes momentos tão cruéis. À primeira vista, isso será algo horrível...

De todo! Na realidade, saber que depois de um término de relação (seja ela de que tipo for), podemos e vamos contar com apenas uma coisa: a solidão - torna-se ao longo do tempo uma certeza e um hábito para nós mesmos... para MIM MESMO.

E daí?... Daí que ao longo do tempo passemos a ser mais reflexivos... mais solitários, mais emocionalmente estáveis enquanto pessoas solitárias... e etc e tal.

Já dizia a Björk, "I've seen it all", e tem razão. Já vi tudo... já vi tudo o que tinha para ver... agora vivo um dia de cada vez, e sempre a alimentar o meu pequeno grande mundo solitário... Solitário, mas rico em experiências, com alguma sabedoria... um mundo em que eu quero pensar onde sou feliz =)

Viverei desta forma enquanto esperar por ti...
Até lá, "Vou-me embalando só pra não sentir a dor que tenho por te não ter"...

Até lá... como te vou amar... *

sábado, outubro 13, 2007

Werther (Parte 4)

12 de Agosto

“ (…) A desgraça que nos fere não é nunca aquela que previmos, visto que o perigo não se dá a conhecer. (…)
Toda a gente sabe que não há regra sem excepção, mas este homem possui um tal espírito de justiça e de boa fé que, quando receia ter visto qualquer coisa mais inconsiderada, duvidosa ou exagerada, não se cansa de limitar, de modificar, acrescentar e de diminuir, de forma que da primeira asserção já não resta coisa alguma. (…)
O roubo, incontestavelmente, é um crime. Mas o desgraçado que, para não morrer de fome, ele e os seus, se decide a roubar, é digno de piedade ou de castigo? Quem ousará atirar a primeira pedra ao marido ultrajado que, no arrebatamento da sua justa cólera, matar a mulher infiel e o seu infame sedutor? Quem se atreverá a apedrejar a donzela que, num momento de delírio voluptuoso se perdeu em ardentes transportes de amor? (…)
- A natureza humana (…) tem os seus limites, pode suportar, até um certo grau, a alegria, a dor e a tristeza; quando, porém, se ultrapassa esse grau, a natureza sucumbe. Pouco importa saber se um homem é fraco ou forte, mas apenas se é capaz de suportar os seus sofrimentos, quer físicos quer morais; e, na minha opinião, é tão desassisado qualificar de covarde o homem que se suicida como chamá-lo ao que morre de uma febre maligna. (…)”

“ (…) Era uma criança simples e bondosa, vivendo no estreito círculo das suas ocupações domésticas, trabalhando durante toda a semana e sem conhecer outros prazeres além do de sair ao domingo a passear pela cidade com as companheiras, com o modesto vestido que tanto lhe custara a ganhar; e uma ou outra vez, em dia de festa, dançar com algum rapaz conhecido e, quando muito, tagarelar com alguma vizinha sobre qualquer rixa ou maledicência. Pouco a pouco esses primeiros prazeres tornaram-se-lhe insípidos, até que, um dia, encontra um homem para quem um sentimento desconhecido a atrai com força irresistível. Nele depões todas as esperanças, esquece tudo o que a rodeia, já não vê, já não ouve, não busca senão esse homem, só para ele vive e respira. Como não está corrompida pela vã satisfação de uma vaidade inconstante, todos os seus desejos visam um fim: ser dele, achar nessa união toda a felicidade que lhe falta, realizando desse modo o constante sonho da sua vida. Mais promessas, constantemente renovadas, transformaram-lhe a esperança em certeza; ternas carícias avivam-lhe o fogo do coração e apoderam-se-lhe da alma inteira; mergulha, por assim dizer, na prelibação de todos os prazeres, perde a cabeça, afunda-se no oceano de felicidades cuja miragem a atrai, estende os braços para neles receber o objecto dos seus desejos… e é nesse momento que o seu amado a abandona!... Aterrada, gelada de espano, inconsciente, encontra-se à beira de um abismo… Rodeiam-na trevas profundas, nenhuma esperança, nem um conforto, o futuro negro… Tudo lhe fez perder aquele que era a sua vida inteira, completa. Não vê o vasto universo que tem ante os seus olhos, nem os homens que poderiam reparar-lhe a perda; sente-se isolada… e cega, só, desprezada por todos, martirizada pela dor intensa que lhe dilacera o coração, atira-se ao precipício, refúgio supremo de todos os sofrimentos e agonias. (…)”

“ (…) – Amigo! (…) O homem é sempre homem! E o pouco juízo que um possa ter a mais do que outro nada pesa na balança quando as paixões se desencadeiam, ou quando são ultrapassados os limites prescritos à condição humana. Mais ainda: é que… Mas falaremos disso noutro dia… (…)”

15 de Agosto

“ É uma verdade incontestável: não há no mundo nada mais necessário ao homem do que a afeição. (…)
A primeira impressão encontra-nos sempre em disposição favorável: o homem é de tal modo feito que se lhe pode fazer aceitar as coisas mais fantásticas e inverosímeis; e, uma vez aceites, ai de quem lhas alterar ou pretender apagar-lhas o espírito!”

18 de Agosto

“ (…) O que me comove e corrói a alma não são esses raros tremores de terra que tragam as nossas cidades. Não. O que me mina o coração é essa força imensa de destruição que a natureza contém em si própria, que nada edifica sem que destrua o que lhe está próximo, ou a si não se destrua. E aqui tens o que me condena a mil tormentos. Céu, terra, potências que me rodeais: em vós apenas vejo um monstro, sempre devorador e sempre esfaimado!”

22 de Agosto

“ (…) Perdi toda a energia, vejo-me caído numa inquieta indolência; não posso estar inactivo, e, apesar disso, já não posso fazer coisa alguma.
Já não tenho imaginação nem sensibilidade; a natureza já não me impressiona e os livros causam-me tédio. (…)”

27 de Outubro

“Apetece-me às vezes rasgar o peito e fazer os miolos quando vejo quão pouco nos podemos valer mutuamente. Ah! O amor, a alegria, o fervor e as delícias que não sinto, não mas pode ninguém dar; e, com o coração inundado de ventura, não me é possível tornar feliz esse outro que ante mim se conserva frio e inerte! (…)”

3 de Novembro

“Sabe Deus quantas vezes tenho adormecido com o desejo, até mesmo com a esperança, de não mais acordar! Mas, no seguinte, abro os olhos, torno a ver o sol e sinto-me miserável!
Oh! Porque não sou eu hipocondríaco, para poder culpar o tempo, qualquer pessoa, um plano frustrado? Então, o fardo insuportável da minha desolação não me oprimia senão por metade. Ai de mim, sei bem que a culpa é toda minha… (…)
Sofro muito! O que constituía a alegria e a ventura da minha existência, essa força divina e vivificante que criava mundos em roda de mim, desapareceu! (…)”

6 de Dezembro

“ (…) Basta que feche os olhos para logo ver os dela, sempre como um oceano, como um abismo; estão à minha frente, estão dentro de mim, enchem todo o meu cérebro, todos os meus sentidos. (…)”

Sem entrar em detalhes, tal como sabido, este romance não acaba bem para a nossa personagem principal...

A pouca sorte que alguns de nós, seres humanos, é que não lhes é permitido viverem o amor que lhes supostamente era destinado...

E nesta história real, foi isso que aconteceu...

Numa verdadeira utopia, isto não seria possível. Porém, a utopia simplesmente não existe... E daí que eu, que vivo uma situação semelhante a esta história, me consciencialize de que não havendo utopias, tenho de me agarrar às pequenas alegrias que o meu dia-a-dia me proporciona...

É uma questão de adaptação... porque "o hábito faz o monge"...

Penso que por hoje chega de sentimentos e futilidades afins... pessoas a morrerem à fome e milhões de pessoas como eu a expressarem aqui e ali, expressões de auto-comiseração... Não vivo feliz! Mas sobrevivo... e muitos infelizmente não têm essa sorte... Talvez pensar assim não seja má ideia...

Fiquem bem... Fiquem em paz. [[[]]]