My Visitor's Origins ;)

domingo, outubro 28, 2007

Idiossincrasia...



A beleza do ser humano não reside apenas nos erros que cometem pelos limites que lhe são inerentes...

A beleza do ser humano reside sobretudo na sua idiossincrasia...

Contudo o que acontece nos dias de hoje é que essa naturalidade, espontaneidade e sensibilidade tendem a tornar-se coisas sujas, sob a forma adulterada nas pessoas...

E por isso... quando encontramos no carácter de alguém essa idiossincrasia... devemos admirá-las e procurar estar perto delas...

Talvez por consequência, a felicidade também esteja perto... :) E para mim, esta imagem faz-me debruçar sobre isso... =)

Fiquem bem...Fiquem em paz...

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domingo, outubro 21, 2007

O amor alheio...

Numa primeira impressão, há sempre o receio do sentimento de não inclusão quando estamos na presença de um casal. Esse sentimento, embora cliché, é claramente válido, sobretudo numa situação em que a terceira pessoa tem um perfil solitário...

Ontem, 2o de Outubro de 2007, sábado...

Passei a noite convosco... e que noite! =)

A carência advém da solidão... e a solidão é a minha melhor amiga...

Embora tivesse o receio de não me sentir confortável no meu papel, essa expectativa, não se confirmou de todo... =)

A noite foi sinónimo de simplicidade e naturalidade, porém repleta de pequenos momentos, uns hilariantes, e outros genuínos (não foi Ricardo?)...

Vi... Observei... Avaliei... Reflecti... Analisei... Imaginei... Perspectivei...

A ternura do toque...

A profundidade do olhar...

A cumplicidade e o brilho desse mesmo olhar...

A empatia criada...

A harmonia proporcionada entre ambos...

O carinho do beijo...

A gargalhada "vinda lá do fundo"...

A nostalgia do Verão, quando tudo começou...

A força do abraço...

A reciprocidade do calor humano...

E, mais importante de tudo, A PUREZA do sentimento mútuo...


Que posso eu dizer?

Que um dia espero ter essa "sorte"?... Talvez... se for esse o meu destino... =)

Sei uma coisa... que me senti feliz por presenciar tamanha quantidade de sensações positivas entre estas duas personagens que agora fazem parte da minha vida...

Senti-me feliz por presenciar esses momentos...

Sinto-me feliz por tê-los na minha vida...

Sinto-me feliz por fazer parte da vida de alguém...

Sinto-me feliz pelos meus amigos estarem felizes...!

Sinto-me feliz por haver ainda pessoas neste filho da puta deste mundo que conseguem encontrar "um alguém" que a complete...

Sinto-me feliz e basta. =) Estou orgulhoso de mim mesmo pelo que vi, senti e consegui transpor "cá para fora"...

Um bem haja a vocês, Ana Paula e Ricardo... =)* DESEJO-VOS O QUE DE MELHOR O MUNDO TEM PARA VOS OFERECER =)*

Fiquem bem... Fiquem em paz [[[ ]]]

sábado, outubro 20, 2007

(...) quem sou...! Sou uma pessoa =)

Preciso...

Preciso de me lembrar quem sou...!

Por vezes não me reconheço... sinto que aos poucos me fui corrompendo e tornando facilmente influenciável perante a sociedade vigente...

Porém o meu objectivo é ser fiel a mim mesmo, até ao fim da minha vida! Mas a minha rota traçada tem todos os dias tantos caminhos, tantos atalhos, e todos eles tentadores...

Tenho fracassado e tenho caído no erro de seguir por esses falsos atalhos, que não me levam a lugar algum.

Preciso....

Preciso de me lembrar quem sou...!

Preciso de não fracassar mais na rota da vida, para que não me tornar num ser vulgar, obsoleto... É difícil, eu sei... mas não impossível.

Foi graças a ti, Inês, que me apercebi disto... =)

Somos pessoas de armas, pessoas! Seres humanos com verdadeiro espírito, alma genuína! Seres terrenos que adoram a imperfeição do ser humano na sua essência...

Somos pessoas que amam os seus amigos... mesmo quando "o amigo" se resume à simplicidade do "eu com a minha cerveja"...

Somos PESSOAS!... Pessoas de armas...e "as armas quando nos defendem sao as nossas melhores amigas", não é, Inês?... Porque a função do nosso amigo é defender-nos...

Somos pessoas! Não queremos ser melhores nem tão pouco iguais a ninguém! Queremos ser iguais, fiéis a nós mesmos...
E "conseguir ser fiel a si mesmo é dos maiores desafios da vida, e que quase ninguém consegue sê-lo"...

Ora... eu sou uma pessoa... eu gosto de desafios... e quero ser fiel a mim mesmo, para poder provar a minha unicidade enquanto ser =) e tirar daí algum orgulho, felicidade.
Por outras palavras, a busca do "self ideal" por parte do "self real" é a tarefa da vida, quando todas as restantes necessidades mais básicas se encontram satisfeitas... n'est-ce pas Inês? =)

Só que por ser tão difícil essa busca, esse caminho repleto de falsos atalhos, é que nós, Pessoas, "sofremos tanto"...

E por quê, pergunto eu?

Porque a puta da busca incessante é mais dificil que o "caminho pra Gondor"!

E porque há mil e um "Gollum's" a tentar roubar-nos o nosso "anel"...

Sim, parece disparate, mas é a melhor analogia que encontrei para melhor caracterizar este sentimento que me vai cá dentro... Só entenderá quem for verdadeiramente perspicaz.

Uma coisa eu sei: ninguém me rouba o meu "anel", ninguém me roubará o meu "eu"...

Obrigado Inês...

E um bem haja a ti, Ana Paula... és uma "arma" muito preciosa para mim.


Fiquem bem... Fiquem em paz [[[ ]]]

Olá mundo solitário...

Depois de um mês de grandes emoções, o que nos resta quando chega tudo ao fim?...

Chamem-lhe auto-comiseração, chamem-lhe o que quiserem, mas a verdade é que quando a esperança acaba, o desespero surge de imediato.

Até ao dia de ontem, havia esperança.
Até ao dia de ontem, sempre pensei que fazia "parte do teu mundo" e "do teu coração"...

Mas tu dizes-me que não consegues mandar no teu coração... e dizes que "gostas de mim, mas não como dantes"...

Uma oportunidade... foi o que te pedi para te provar que o teu coração está errado, que foi "corrompido"... Mas não ma deste. E ainda bem.
Posso estar a ser egoísta, mas de futuro vais-te aperceber disso... e eu só espero que não seja tarde demais...

Sabes porquê?! Porque gosto de ti... e vou esperar por ti...

Sonho acordado no meu dia-a-dia contigo...
Vejo-me numa ilha... numa ilha linda, verdejante, com tudo o que de bom se pode ter... o verdadeiro paraíso... Mas nessa ilha, só lá estou eu... e penso: "Para quê viver no paraíso, se a única coisa que verdadeiramente quero, preciso, ambiciono, não a tenho?".

Só me faltas tu... "Só tu"...
"A falta que me fazes"...
Como te quero... como me dói!!!...


A subtileza de um olhar teu... a discreção de um sorriso teu... a ternura do teu beijo... o arrepio do teu toque... o conforto do teu abraço... tudo isso acabou...!

Porra!!! Mas porquê?! Porque raio é que eu me entrego assim a alguém?! Não mereces o meu amor, não mereces o meu carinho, nem tão pouco mereces que esteja neste momento a ser sincero sobre o meu sentimento do "agora".

Terá sido carência?! Não, com certeza...

O que se terá passado então, para eu ter sucumbido perante tal pessoa, com tal sentimento?!
Não sei... não consigo entender-me a mim próprio...
Sei algo: Tudo isto passará a ser saudade...

E o meu melhor amigo passará a ser a solidão... a pura solidão que me acompanha sempre nos momentos piores da minha vida...
Sim... a solidão acompanha-me nestes momentos tão cruéis. À primeira vista, isso será algo horrível...

De todo! Na realidade, saber que depois de um término de relação (seja ela de que tipo for), podemos e vamos contar com apenas uma coisa: a solidão - torna-se ao longo do tempo uma certeza e um hábito para nós mesmos... para MIM MESMO.

E daí?... Daí que ao longo do tempo passemos a ser mais reflexivos... mais solitários, mais emocionalmente estáveis enquanto pessoas solitárias... e etc e tal.

Já dizia a Björk, "I've seen it all", e tem razão. Já vi tudo... já vi tudo o que tinha para ver... agora vivo um dia de cada vez, e sempre a alimentar o meu pequeno grande mundo solitário... Solitário, mas rico em experiências, com alguma sabedoria... um mundo em que eu quero pensar onde sou feliz =)

Viverei desta forma enquanto esperar por ti...
Até lá, "Vou-me embalando só pra não sentir a dor que tenho por te não ter"...

Até lá... como te vou amar... *

sábado, outubro 13, 2007

Werther (Parte 4)

12 de Agosto

“ (…) A desgraça que nos fere não é nunca aquela que previmos, visto que o perigo não se dá a conhecer. (…)
Toda a gente sabe que não há regra sem excepção, mas este homem possui um tal espírito de justiça e de boa fé que, quando receia ter visto qualquer coisa mais inconsiderada, duvidosa ou exagerada, não se cansa de limitar, de modificar, acrescentar e de diminuir, de forma que da primeira asserção já não resta coisa alguma. (…)
O roubo, incontestavelmente, é um crime. Mas o desgraçado que, para não morrer de fome, ele e os seus, se decide a roubar, é digno de piedade ou de castigo? Quem ousará atirar a primeira pedra ao marido ultrajado que, no arrebatamento da sua justa cólera, matar a mulher infiel e o seu infame sedutor? Quem se atreverá a apedrejar a donzela que, num momento de delírio voluptuoso se perdeu em ardentes transportes de amor? (…)
- A natureza humana (…) tem os seus limites, pode suportar, até um certo grau, a alegria, a dor e a tristeza; quando, porém, se ultrapassa esse grau, a natureza sucumbe. Pouco importa saber se um homem é fraco ou forte, mas apenas se é capaz de suportar os seus sofrimentos, quer físicos quer morais; e, na minha opinião, é tão desassisado qualificar de covarde o homem que se suicida como chamá-lo ao que morre de uma febre maligna. (…)”

“ (…) Era uma criança simples e bondosa, vivendo no estreito círculo das suas ocupações domésticas, trabalhando durante toda a semana e sem conhecer outros prazeres além do de sair ao domingo a passear pela cidade com as companheiras, com o modesto vestido que tanto lhe custara a ganhar; e uma ou outra vez, em dia de festa, dançar com algum rapaz conhecido e, quando muito, tagarelar com alguma vizinha sobre qualquer rixa ou maledicência. Pouco a pouco esses primeiros prazeres tornaram-se-lhe insípidos, até que, um dia, encontra um homem para quem um sentimento desconhecido a atrai com força irresistível. Nele depões todas as esperanças, esquece tudo o que a rodeia, já não vê, já não ouve, não busca senão esse homem, só para ele vive e respira. Como não está corrompida pela vã satisfação de uma vaidade inconstante, todos os seus desejos visam um fim: ser dele, achar nessa união toda a felicidade que lhe falta, realizando desse modo o constante sonho da sua vida. Mais promessas, constantemente renovadas, transformaram-lhe a esperança em certeza; ternas carícias avivam-lhe o fogo do coração e apoderam-se-lhe da alma inteira; mergulha, por assim dizer, na prelibação de todos os prazeres, perde a cabeça, afunda-se no oceano de felicidades cuja miragem a atrai, estende os braços para neles receber o objecto dos seus desejos… e é nesse momento que o seu amado a abandona!... Aterrada, gelada de espano, inconsciente, encontra-se à beira de um abismo… Rodeiam-na trevas profundas, nenhuma esperança, nem um conforto, o futuro negro… Tudo lhe fez perder aquele que era a sua vida inteira, completa. Não vê o vasto universo que tem ante os seus olhos, nem os homens que poderiam reparar-lhe a perda; sente-se isolada… e cega, só, desprezada por todos, martirizada pela dor intensa que lhe dilacera o coração, atira-se ao precipício, refúgio supremo de todos os sofrimentos e agonias. (…)”

“ (…) – Amigo! (…) O homem é sempre homem! E o pouco juízo que um possa ter a mais do que outro nada pesa na balança quando as paixões se desencadeiam, ou quando são ultrapassados os limites prescritos à condição humana. Mais ainda: é que… Mas falaremos disso noutro dia… (…)”

15 de Agosto

“ É uma verdade incontestável: não há no mundo nada mais necessário ao homem do que a afeição. (…)
A primeira impressão encontra-nos sempre em disposição favorável: o homem é de tal modo feito que se lhe pode fazer aceitar as coisas mais fantásticas e inverosímeis; e, uma vez aceites, ai de quem lhas alterar ou pretender apagar-lhas o espírito!”

18 de Agosto

“ (…) O que me comove e corrói a alma não são esses raros tremores de terra que tragam as nossas cidades. Não. O que me mina o coração é essa força imensa de destruição que a natureza contém em si própria, que nada edifica sem que destrua o que lhe está próximo, ou a si não se destrua. E aqui tens o que me condena a mil tormentos. Céu, terra, potências que me rodeais: em vós apenas vejo um monstro, sempre devorador e sempre esfaimado!”

22 de Agosto

“ (…) Perdi toda a energia, vejo-me caído numa inquieta indolência; não posso estar inactivo, e, apesar disso, já não posso fazer coisa alguma.
Já não tenho imaginação nem sensibilidade; a natureza já não me impressiona e os livros causam-me tédio. (…)”

27 de Outubro

“Apetece-me às vezes rasgar o peito e fazer os miolos quando vejo quão pouco nos podemos valer mutuamente. Ah! O amor, a alegria, o fervor e as delícias que não sinto, não mas pode ninguém dar; e, com o coração inundado de ventura, não me é possível tornar feliz esse outro que ante mim se conserva frio e inerte! (…)”

3 de Novembro

“Sabe Deus quantas vezes tenho adormecido com o desejo, até mesmo com a esperança, de não mais acordar! Mas, no seguinte, abro os olhos, torno a ver o sol e sinto-me miserável!
Oh! Porque não sou eu hipocondríaco, para poder culpar o tempo, qualquer pessoa, um plano frustrado? Então, o fardo insuportável da minha desolação não me oprimia senão por metade. Ai de mim, sei bem que a culpa é toda minha… (…)
Sofro muito! O que constituía a alegria e a ventura da minha existência, essa força divina e vivificante que criava mundos em roda de mim, desapareceu! (…)”

6 de Dezembro

“ (…) Basta que feche os olhos para logo ver os dela, sempre como um oceano, como um abismo; estão à minha frente, estão dentro de mim, enchem todo o meu cérebro, todos os meus sentidos. (…)”

Sem entrar em detalhes, tal como sabido, este romance não acaba bem para a nossa personagem principal...

A pouca sorte que alguns de nós, seres humanos, é que não lhes é permitido viverem o amor que lhes supostamente era destinado...

E nesta história real, foi isso que aconteceu...

Numa verdadeira utopia, isto não seria possível. Porém, a utopia simplesmente não existe... E daí que eu, que vivo uma situação semelhante a esta história, me consciencialize de que não havendo utopias, tenho de me agarrar às pequenas alegrias que o meu dia-a-dia me proporciona...

É uma questão de adaptação... porque "o hábito faz o monge"...

Penso que por hoje chega de sentimentos e futilidades afins... pessoas a morrerem à fome e milhões de pessoas como eu a expressarem aqui e ali, expressões de auto-comiseração... Não vivo feliz! Mas sobrevivo... e muitos infelizmente não têm essa sorte... Talvez pensar assim não seja má ideia...

Fiquem bem... Fiquem em paz. [[[]]]

domingo, agosto 19, 2007

Werther (Parte 3)

1 de Julho

“ (…) Não há anda mais que me desgoste do que ver os homens atormentarem-se reciprocamente, e em especial, se, sendo moços, na flor da vida, quando as suas almas facilmente se poderiam abrir a todos os sentimentos do prazer, perdem por estúpidas susceptibilidades os poucos dias bons de que podem gozar, compreendendo somente quanto é louco esse desperdício quando já não é tempo de reparar o mal. (…)
- Estamos continuamente a lamentar-nos por termos tão poucos dias bons e tantos maus: mas, na minha opinião, queixamo-nos infundadamente. Se a nossa alma estivesse sempre aberta ao gozo da felicidade que Deus nos concede, teríamos depois a força necessária para suportar o mal quando se nos apresentasse.
- O pior (…) é que não temos o coração nas mãos. Há coisas que dependem do corpo. E quando o corpo enferma a alma adoece também.
Concordei.
- Mas, nesse caso – acrescentei em seguida –, devemos procurar aplicar qualquer remédio.
- Sou de igual parecer – disse Carlota. – Pelo menos, julgo que muito se pode obter por nossa iniciativa, e digo-o por experiência própria. Quando qualquer coisa me inquieta ou entristece, levanto-me de onde estou, vou a dançar até ao jardim, canto duas ou três árias… e era uma vez o desgosto!
- Era exactamente isso que eu queria – confirmei. – Acontece com a má disposição de espírito o mesmo que com a preguiça, visto que temos para estas tendências naturais; mas, se temos força para reagir e nos reanimarmos, o amor ao trabalho vence e achamos que a actividade nos dá um grande gozo.
(…) Schmidt objectou novamente que ninguém pode ser senhor de si próprio nem dominar as próprias sensações.
Repliquei:
- Aqui trata-se de um sentimento desagradável, de que cada um deve querer defender-se; e quanto às forças morais, ninguém conhece até onde chegam as suas antes de as experimentar. O desejo de um doente não será consultar todos os médicos, acatar e cumprir-lhes todas as prescrições, submeter-se ao seu tratamento por mais rigoroso que seja, para recobrar a saúde perdida? (…)
- Não falta quem pregue contra os vícios da humanidade; mas nunca ouvi que no púlpito alguém condenasse o mau humor. (…)
Por fim Schmidt retomou a palavra:
- O Sr. Werther chamou ao mau humor um vício Parece-me um tanto exagerado.
- Um vício sim, nada menos – respondi eu –, se esse nome se pode dar ao que nos prejudica a nós e ao nosso próximo. Acaso não basta a impossibilidade em que nos encontramos de nos tornarmos mutuamente felizes? Será ainda necessário destruirmos uns aos outros os poucos prazeres que nos é permitido gozar? Mostre-me um homem de mau humor corajoso bastante para ocultar a sua melancolia, carregando sozinho com o peso dela, para não perturbar a alegria dos que o rodeiam; não será antes um despeito interior da nossa própria insuficiência, um descontentamento de nós mesmos, sempre aliado à inveja excitada por uma louca vaidade? Não há ninguém que possa encarar com gosto quando essa felicidade não for obra nossa. (…)”

8 de Julho

“ Como somos crianças! Até de um olhar temos ciúmes! Como somos crianças!
Fomos passear (…). E durante o nosso passeio, julguei ver nos olhos negros de Carlota… Estou doido! Perdoa, meu amigo! Oh! Se visses aqueles olhos! (…) Eu… procurava os olhares de Carlota, e eles giravam ora para um, ora para outro… Em mim, porém, em mim que só por eles ali me achava, nem sequer reparavam! Mil vezes o me coração lhes disse adeus e ela não me viu! O trem partiu e senti que uma lágrima me rolava pela cara.
Vi-lhe assomar a cabeça à portinhola e debruçar-se para ver… seria a mim? Ah! Querido amigo! Fico na incerteza… e esta dúvida é consoladora, é meu alívio… Talvez fosse para mim que ela quisesse olhar… Talvez!
Adeus, boa noite… Oh! Como sou criança!”

10 de Julho

“Se visses a ridícula figura que eu faço quando alguém me fala dela na minha presença! Especialmente quando me perguntam se me agrada! Agrada! Tenho uma aversão mortal a essa palavra! Quem seria o homem a quem Carlota não agradasse? De quem não preenchesse todos os sentidos, de quem não absorvesse a vida inteira? Agrada! (…)”

16 de Julho

“Oh! Que fogo devorador me corre nas veias, quando por acaso, um dedo meu toca nos dela, ou quando os nossos pés se encontram por debaixo da mesa! E, apesar de fugir logo com eles, como de um braseiro ardente, uma força secreta me obriga a chegá-los novamente, numa vertigem que se apodera de todos os meu sentidos! Oh! A sua inocência, a sua alma ingénua, não sente o que estas pequenas intimidades me torturam! E se, durante a nossa conversa, ela pousa a sua na minha mão, ou, no interesse do diálogo, se aproxima de mim, bafejando-me o rosto com o seu delicioso hálito, parece-me que vou cair aniquilado, como que ferido por um raio… (…) se eu ousasse… aquela celestial candura… aquela confiança… Mas não… não… este coração não está assim corrupto! Fraco, sim… bastante fraco… E essa fraqueza não é corrupção? Compreendes-me! Carlota é sagrada para mim; todos os meus desejos se calam na sua presença. Junto dela perco toda a consciência de mim próprio… é como se a minha alma se me espalhasse pelos nervos. (…) ”

18 de Julho

“(…) que seria do mundo sem o amor? Exactamente o mesmo que uma lanterna mágica sem luz! Mas logo que se lhe põe a lâmpada, reflectem-se na alvura da parede as imagens multicolores. E, ainda mesmo que nada mais se veja do que fantasmas que desaparecem, nem assim esses fantasmas deixam de fazer a nossa felicidade, quando, pequeninos, os contemplamos, extasiando-nos ante essas maravilhas. (…)”

26 de Julho

“ Já por mais de uma vez prometi a mim mesmo não a ver tão frequentemente.
Mas quem pode cumprir uma promessa dessas? Todos os dias sucumbo à tentação e, quando saio de lá, é sempre com o firme propósito de não voltar no dia seguinte. Mas logo que acordo, encontro sempre um motivo imperioso e irresistível e, sem quase dar por isso, estou em casa dela.
Umas vezes é porque Carlota me tenha dito:
- Vem cá amanhã, não é verdade?
Quem há-de resistir a isto?
Outras vezes é porque ela me encarregou de qualquer comissão e julgo mais conveniente levar-lhe eu próprio a resposta. Finalmente, se o dia está bonito, vou até Wahlheim; mas quando lá chego, fico só a meia légua de distância da casa dela! Atrai-me… arrasta-me… e, sem saber como, eis-me lá! (…)”

30 de Julho

“Alberto chegou e eu vou-me embora! Ainda que ele fosse o melhor e o mais generoso dos homens, e que, a todos os respeitos, eu concordasse em lhe reconhecer superioridade sobre mim, ser-me-ia impossível vê-lo na minha presença, possuir um tal conjunto de perfeições… Possuir!...
Mas basta, (…) o noivo lá está. É um rapaz honesto e simpático, a quem ninguém pode deixar de respeitar. Por felicidade, eu não estava presente quando o receberam. Despedaçar-me-ia o coração! É, porém, de justiça dizer-te que Alberto é um homem tão sério que ainda nem uma única vez beijou Carlota na minha presença. Deus lho pague! Só pelo recato que tem para com ela devo-lhe toda a minha estima. Mostra-se meu amigo, mas suponho que essa amizade é devida mais à influência de Carlota do que ao seu próprio sentimento. (…)
Francamente eu não posso recusar a Alberto a minha estima A sua serenidade oferece um frisante contraste com o meu género irrequieto, que não me é possível dissimular.
É muito sensível e parece apreciar o tesouro que possui em Carlota. Manifesta-se pouco inclinado ao mau humor e tu sabes bem que é este o defeito que mais me aborrece nas pessoas. (…)
Seja, porem, como for, a felicidade de que eu gozava quando me via junto de Carlota desapareceu.
Que nome darei a isto? Loucura ou cegueira? Mas afinal o que importa o nome? O facto existe!
Antes da chegada de Alberto, já eu sabia o que sei agora, sabia que não podia ter ideias nela, e nenhumas tive… se é possível não as ter na presença de tantos atractivos. E agora – pobre insensato! – abro uns olhos muito espantados, porque chega um outro e ma rouba!
Rangem-me os dentes e indigno-me furiosamente contra os que me aconselham resignação, visto que o mal já não tem remédio. – Para longe espantalhos!
Percorro as matas e, quando chego a casa de Carlota e Alberto está junto dela, sentado debaixo do caramanchão, podes calcular como fico… doido! Não me contenho! Não há disparate que não pratique! É exuberância essa loucura! (…) ”

(Continua...)

Fiquem bem... Fiquem em paz! [[[ ]]]

segunda-feira, agosto 13, 2007

Werther (Parte 2)

16 de Junho

“ (…) travei um conhecimento que me toca de muito perto o coração. Tenho… Meu Deus eu nem sei o que tenho!...
Ser-me-ia impossível contar-te com clareza o modo por que conheci a mais adorável das criaturas… Estou contente, sou feliz, e, portanto, mau narrador.
Um anjo, é claro. Todos dizem a mesma coisa das mulheres que adoram, não é verdade? Mas esta é realmente um anjo! E no entanto não posso dizer como é perfeita! Basta dizer-te que cativou todo o meu ser!
Tanta simplicidade em tanto espírito, tanta bondade em tanta firmeza, o remanso da alma no meio da vida real, da vida activa!
Tudo, porém, o que estou contando dela é um montão de palavras, lugares-comuns, frias abstracções que não podem dar-te a mais simples ideia do que ela é.
(…) Os rapazes tinham projectado um baile no campo, no qual por condescendência consenti em tomar parte. Escolhi para meu par uma menina daqui, bonita, insinuante mas pouco espirituosa, e combinou-se que eu iria buscá-la num trem, a ela e a uma tia, e que no caminho se nos juntaria Carlota S…
- Vai conhecer uma linda menina – disse a minha companheira no momento em que, tendo atravessado um bosque o nosso trem parou à porta da residência do bailio.
- Mas tome cuidado, não se vá apaixonar por ela! – acrescentou a tia.
- Porque diz isso?
- Porque já está prometida a um belo rapaz a quem a morte do pai obrigou a fazer uma viagem para pôr os seus negócios em ordem e para solicitar um emprego importante.
(…) Enquanto ela (Carlota) falava, fitava eu avidamente aqueles lindos olhos negros; a minha alma estava suspensa dos seus lábios; fascinava-me, atraía-me a suave frescura daquelas faces. O que ele dizia absorvia-me por completo, sentia-me preso à magnitude dos seus pensamentos, acontecendo-me, todavia, por vezes, não ouvir as frases de que ela se servia para os exprimir.
(…) Fomos o segundo par na terceira contradança. Numa das marcas, ao seguirmos os pares, suspenso, sabe Deus com que delícia do seu braço e do seu olhar onde brilhava a expressão de um prazer ingénuo e franco, encontrámo-nos em frente de uma senhora, que já me impressionara pela bondade do seu semblante, o qual, todavia, não tinha já o frescor de primeira mocidade.
Olho, sorrindo, para Carlota, ameaçou-a com o dedo e pronunciou, por duas vezes, com certa intenção, o nome de Alberto.
- Se não é indiscrição – disse a Carlota –, posso saber quem é esse Alberto?
Ela ia responder-me, mas a grande chaine separou-nos; ao cruzarmo-nos, pareceu-me vê-la apreensiva.
- Para quê ocultá-lo? – disse ela, finalmente, estendendo-me a mão para a promenade – Alberto é o nome do meu noivo.
Esta notícia já não era nova para mim, porque as minhas duas companheiras ma tinham comunicado, pelo caminho; contudo, foi terrível o choque que recebi, mal podendo compreender que se tratasse daquela que, em tão pouco tempo, se apoderara de todo o meu ser. Em suma, perdi a cabeça, errei a marca, indo colocar-me onde não devia estar, a ponto de ser preciso que Carlota, com a sua habitual serenidade, me puxasse para o lugar devido, restabelecendo assim a ordem que eu perturbara.
O baile continuava ainda quando os relâmpagos, que havia já algum tempo fuzilavam no horizonte e que eu assegurara serem produzidos pelo calor, redobraram de intensidade, seguidos de medonhos trovões que vieram abafar o som da música.
(…) Aproximando-me da janela; os trovões ouviam-se ao longe; a chuva caía abundante pelos campos fora, com doce murmúrio, enviando-nos um perfume delicioso e vivificante, que o ar dilatado pelo calor trazia às lufadas.
Carlota apoiou o cotovelo no parapeito e os seus olhos, percorrendo primeiro o horizonte, ergueram-se depois ao céu, fitando-os finalmente em mim rasos de lágrimas.
(…) Não me contive. Curvei-me e beijei-lhe as mãos a verter deliciosas lágrimas. Depois os meus olhos voltaram a procurar os dela. (…)”

19 de Junho

“Em que ponto da minha narrativa fique quando te escrevi não sei. Mas o que sei é que me deitei às duas horas da manhã e que, se em vez de te escrever, pudesse contar-te tudo de viva voz, ter-te-ia demorado até ao nascer do sol!
Ainda não te disse o que se passou na nossa volta do baile e não sobra hoje tempo para o fazer.
Rompia a aurora, linda e esplendorosa; a água caía gota a gota das folhas do arvoredo, refrescava os campos; dir-se-ia que a natureza renascia em redor de nós. (…)”

21 de Junho

“ (…) Sinto-me orgulhoso por ver que possuo um coração capaz de sentir essa inocente alegria do homem que põe sobre a mesa a couve que ele próprio semeou, e que não só goza de vê-la, como também recorda ao mesmo tempo os belos dias que passou a tratá-la, a linda manhã em que a plantou, as amenas tardes em que a regou e, finalmente, o prazer que sentiu de a ver crescer e engrossar!”

29 de Junho

“ (…) são as crianças o que no mundo mais me fala ao coração. Quando observo esses pequeninos entes vejo neles o germe de todas as faculdades de que tanto hão-de carecer um dia; quando vejo na sua teimosia a sua futura constância e firmeza de carácter, nas suas travessuras a alegria e o estouvamento que lhes aplanará a estrada da vida, tão cheia de perigosos precipícios; quando, finalmente, contemplo tanta pureza e fraqueza, não me canso de repetir uma e mil vezes essas precisas palavras do Divino Mestre:
- Se não vos tornardes como alguma dessas crianças!E, contudo, (…), esses entes, que são nossos semelhantes e que deveríamos tomar por modelos, tratamo-los como se fossem escravos e não lhes reconhecemos direito algum. Mas acaso não temos nós tantos? E em que consistem os nossos privilégios? Em sermos mais idosos e mais sisudos? Deus meu! Lá do alto da glória, não vês este mundo senão conhecer, de há muito, aquelas que preferes… Nós, porém, cremos Nele e não o escutamos – é ainda uma grande verdade! (…)”




(Continua)
Fiquem bem... ;) Fiquem em paz [[ ]]

Werther (Parte 1)

Sim, é Agosto. Sim, estou de férias. E como tal, há quem decida pôr a sua leitura em dia neste período, por variadíssimas razões: uns porque é um lazer a custo zero, outros porque é um hábito que se tornou quiçá um vício ao longo dos tempos, enfim.
Eu estou a fazer exactamente o que disse no final de Julho: vou passar grande parte das minhas férias rodeado dos meus livros, das suas histórias e mundos afins.
Optei por começar por Werther, uma obra alemã muito conhecida do autor Johann Wolfgang von GOETHE. Trata-se de um romance da corrente modernista com influências iluministas provenientes da época. Pensei que fosse ser algo de fácil leitura. Afinal enganei-me. É um livro sobre o qual devemos ter atenção sobre o mínimo detalhe, a máxima descrição, e sobretudo pelas reflexões por ele feitas ao longo do livro. Devo dizer que para mim, foi uma surpresa. Várias das reflexões que vão surgindo ao longo do livro, são pensamentos com que nos continuamos a deparar na actualidade, além de que me identifico em alguns aspectos com a personagem principal do livro (Werther).
Deixo-vos aqui alguns excertos, com algumas das reflexões descritas pelo autor. Leiam e pensem para convosco próprios… E vejam que a vida é um horizonte de rumos complexos…

4 de Maio de 1771

“ (…) Não quero ficar a remoer o mais pequeno mal que o destino me envia, como tenho sempre feito; quero gozar o presente e esquecer o passado.
Tens razão, meu amigo, os nossos desgostos não seriam tão acerbos se os homens – e só Deus sabe porque os criou assim – em vez de suportarem o presente de ânimo sereno não obrigassem a memória a recordar males passados.
(…) Sinto-me bem aqui. A solidão, nesta região paradisíaca, é um bálsamo precioso para o meu coração, e esta estação da juventude aquece-me o coração por vezes tão sensível. Cada árvore, cada sebe é um ramo de flores; dá vontade de ser besouro para voejar sobre este oceano de verdura perfumada e aí encontrar o seu alimento.”

10 de Maio

“ (…) Amigo, que assim me vejo inundado de luz, quando o mundo e o céu vêm gravar-se-me no coração, como a imagem de uma mulher amada, então digo a mim próprio: «Se pudesses exprimir o que sentes! Se pudesses exalar e fixar sobre o papel o que vive em ti com tanto calor e tanta plenitude de maneira a que essa obra se transformasse em espelho da tua alma, como a tua alma é o espelho do Eterno!...»
Meu amigo, sinto-me a desfalecer de êxtase!
A minha fraqueza sucumbe ante a grandiosidade destas visões.”

13 de Maio

“ (…) Acaso será preciso dizer-to, a ti, meu bom amigo, a quem tantas vezes fatiguei com os meus modos bruscos, passando subitamente de um acesso de desprezo a uma louca alegria e do abatimento melancólico à tempestade do furor? Trato o coração como se trata uma criança doente, satisfazendo-lhe todos os caprichos.
Mas não o digas a pessoa alguma: quem o soubesse veria no meu procedimento um crime.

15 de Maio

“ (…) Em geral, os homens de certa posição abstêm-se de qualquer familiaridade com gente de classe inferior pelo receio de perderem um pouco da própria dignidade; havendo também gente leviana, estouvada e de mau gosto que só se aproxima do povo para o desdenhar e motejar.
Bem sei que não somos, não poderíamos, nem saberíamos ser todos iguais; mas na minha opinião, aquele que se afasta do povo para se impor ao respeito é tão digno de censura como o poltrão que foge do adversário pelo receio de ser vencido.

17 de Maio

“Tenho aqui travado conhecimentos de toda a espécie, mas ainda não estabeleci relações. Não sei o que de atraente encontram na minha pessoa; há muitas pessoas que simpatizam comigo e me fazem companhia, de maneira a sentir-me triste quando é por pouco tempo que passeio com elas.
Se me perguntares como é a gente daqui, responder-te-ei: como em toda a parte. A espécie humana é de uma desoladora uniformidade; a sua maioria trabalha durante a maior parte do tempo para ganhar a vida, e, se algumas horas lhe ficam, horas tão preciosas, são-lhe de tal forma pesadas que busca todos os meios para as ver passar. Triste destino o da humanidade!
De resto é boa gente.
Quando, às vezes, me esqueço de mim e partilho com eles das alegrias ainda acessíveis aos homens, uma alegre reunião à roda de uma mesa bem servida, ou em passeios, bailes campestres e coisas semelhantes, sinto um benéfico bem-estar se consigo esquecer que há em mim outras faculdades cujas molas se enferrujam por falta de exercício e que sou obrigado a dissimular cuidadosamente.
– Ah! Como este pensamento me confrange o coração!...
E, no entanto, ser incompreendido é a sorte de muita gente! (…)”

22 de Maio

Que a vida é apenas um sonho já antes de mim outros o disseram, e é esta uma ideia que me persegue por toda a parte. Quando vejo em que estreitos limites se encerram as belas faculdades do homem; quando vejo que a sua actividade e a sua inteligência se esgotam para a simples satisfação de necessidades tendentes a prolongar a nossa pobre existência, quando considero que a sua tranquilidade, em presença de certos problemas da vida, é tão-somente uma ilusória resignação, como seria a do prisioneiro cujo cárcere tivesse as paredes revestidas de pinturas atraentes e variadas, então, (…) concentro o espírito em recolhimento e encontro nele um mundo de pensamentos… ou antes de percepções confusas e de vagos desejos… Não são raciocínios, ainda menos projectos de acção, mas intangíveis sonhos que me flutuam ante os olhos e nos quais gostosamente me perco.
Todos os pedagogos do universo estão de acordo sobre este ponto; as crianças querem as coisas sem saber porque as querem; mas que homens feitos se arrastem, cambaleando, pelo globo, como as crianças, sem saberem, como elas, de onde vêm nem para onde vão, que não tenham mais conhecimentos dos seus actos e que igualmente se deixem governar com açoites e bolos, eis o que custa acreditar. E, não obstante, é tudo quanto há de mais verdadeiro.
Concordo de bom grado (…) que esses são os mais felizes; como as crianças, só vivem para o presente, passeando, vestindo e despindo cem vezes as suas bonecas; espreitando, com cobiça e respeito simultaneamente, a gaveta onde a mamã tem os bolos guardados; e quando, enfim, conseguem o que desejam, gritam com a boca cheia: «Mais!»
Sim, são essas as mais felizes criaturas. Felizes também aqueles que, dando às suas ocupações fúteis, ou mesmo às suas loucuras, nomes pomposos, as que querem fazer passar como proezas de gigante, realizadas em proveito, honra e glória da humanidade. Ditosos os que assim podem pensar! Mas quem os aprecia pelo que eles valem e vê aonde isso conduz; quem vê com que jubilo o modesto burguês faz do seu pequeno jardim um paraíso e com que humilde resignação o desprotegido da sorte, vergando ao peso da miséria, se arrasta pelo caminho espinhoso da vida! Quem vê que em todos é igual o desejo de contemplar um minuto mais a luz do céu, esse sim, observador calmo e livre de cuidados, arquitecta o seu mundo e é feliz, porque pensa e é homem. Por pouco inteligente que seja, basta-lhe ter no coração o sentimento consolador da sua liberdade e saber que pode sair desta prisão logo que queira.”

26 de Maio

“ (…) Só ela (a Natureza) tem tesouros inexauríveis, só ela pode criar os grandes artistas. Muito se pode dizer em favor das regras, como também em louvor das leis da sociedade. Assim o homem que se conduza segundo as regras nunca produzirá um trabalho ridículo ou mau, do mesmo modo, aquele que obedeça às leis e às convenções sociais não será nunca um vizinho insuportável nem um emérito malfeitor. Mas também, diga-se o que se disser, as regras atrofiam o verdadeiro sentimento e a pura expressão da natureza. (…) ”

30 de Maio

“ (…) Fui hoje testemunha de uma cena, que, bem descrita, daria o mais belo idílio do mundo.
(…) Se, após este exórdio, esperas alguma descrição grandiosa e sublime, vais sofrer uma desilusão. Foi simplesmente um camponês que despertou em mim esta emoção.
(…) Estavam reunidas algumas pessoas debaixo das tílias, a tomar o café; como, porém, não fossem muito do meu agrado, procurei um pretexto e deixei-me ficar para trás.
Vi então sair de uma casa próxima um camponês, ainda novo, que foi fazer qualquer reparação na charrua que eu tinha desenhado. Agradou-me o seu aspecto, e aproximando-me dirigi-lhe perguntas sobre o seu modo de vida. Dentro em pouco já entre nós havia uma certa intimidade, como me acontece frequentes vezes quando falo com esta boa gente.
Contou que estava ao serviço duma viúva, por quem era tratado com extrema bondade. Mas com tanto entusiasmo me falou dela, tecendo-lhe tão grandes elogios, que compreendi rapidamente que ele lhe era dedicado de corpo e alma.
-- Já não é nova – acrescentou ele – e, como foi muito infeliz com o marido, que a tratava muito mal, não quer tornar a casar-se.
Toda aquela narrativa mostrava tão claramente quanto a seus olhos ela era bela e sedutora, quanto desejava que ela o acolhesse para lhe fazer esquecer os agravos do marido, com tanta paixão o disse que seria preciso repeti-lo palavra por palavra para poderes compreender a dedicação, o amor e o entusiasmo daquele homem. Seria preciso possuir o talento do maior poeta para reproduzir a expressão daqueles gestos, a energia daquele olhar vago e rude e a animação daquele semblante. Não. As minhas palavras só imperfeitamente te descreveriam a ternura que lhe brilhava nos olhos; tudo o que eu dissesse seria vago e descolorido. Impressionou-me em especial o receio que ele deixou transparecer de que eu concebesse quaisquer desconfianças sobre o bom procedimento do seu ídolo, ou que a suspeitasse capaz de esquecer o que devia à própria dignidade.
Aquela linguagem abalou-me profundamente o coração. Nunca na vida encontrei tanto ardor aliada a tanta pureza. Digo-o sinceramente; nunca tinha imaginado, ou sequer sonhado essa pureza. Não me ralhes se à recordação desta inocência e sinceridade sinto no interior um fogo abrasador que me persegue para onde quer que vá, e me inflama, me consome e enfraquece. Quero ver essa mulher… mas não… pensando melhor, devo evitá-la e vê-la apenas pelos olhos do seu adorador. Talvez aos meus olhos ela não parecesse tão bela como é neste momento. Para quê, pois, prejudicar o meu ideal?”


(Continua...)

Fiquem bem...Fiquem em paz... [ ]

sábado, agosto 11, 2007

Jogos de Sabedoria

No inicio deste mês, passei uma noite de amena cavaqueira com a minha grande amiga Inês... :)

E posso dizer que foi uma noite quiça produtiva... quiça das melhores que tive.

Foi uma noite calma, repleta de cerveja, e acima de tudo, naturalidade e sinceridade. Foram momentos que me proporcionaram a que eu crescesse mais um pouco nesta humilde vida de mero ser humano.

Aprendi três jogos, cada um deles, sábio à sua própria maneira, e todos eles com lógicas muito simples...

- Jogo da Maionese:

Temos um frasco de maionese, para dentro do qual, introduzimos as "coisas da vida". Primeiro introduzimos as bolas, que representam as grandes coisas, como familia, amores. Seguem-se os fósforos, que representam um carro de estima, uma grande viagem. Posteriormente vem a areia, que é simbolizada pelo sorriso de uma criança que vemos na rua, por pequenos momentos agradáveis que nos marcam. E no fim, depois do frasco estar cheio... introduzimos o CAFÉ... por quê?! - perguntam vocês...
Porque depois de enchermos o frasco da maionese, ou seja, a nossa vida, há ainda sempre um pequeno espaço para tomar café com amigos que não vemos há muito tempo. :) Bela moral de história...
Note-se que se introduzirmos primeiro a "areia", depois as "bolas" não cabem. Toda esta alegoria para dizer que devemos dar valor às coisas elementares da vida, sem nos perdermos na futilidade do acessório. :)

- Jogo do Mestre do Escorpião:

Temos um Mestre do seu barco com o seu marinheiro, a navegar... quando avistam um escorpião que se está a afogar. O Mestre tenta ajudar o Escorpião a subir para o navio, de forma a salvá-lo. Por outro lado o escorpião, como ser irracional, apenas faz o que sempre costuma fazer: picar. E pica incessantemente o Mestre, enquanto este o tenta ajudar. Até que o marinheiro dirige-se ao seu Mestre e pergunta-lhe:
- Por que é que não pára de tentar ajudar o escorpião a subir, se ele não pára de o picar?
Ao que o Mestre responde-lhe:
- A função do escorpião é picar alguém, mas a minha é ajudar ESSE alguém.
Moral da história: não se admirem de verem sempre pessoas a "picarem" tudo e mais alguma coisa, e simultaneamente haver sempre alguém que nunca negue apoio para ajudar algo/alguém a "subir para o barco". :)

- Jogo da Serpente e do Pirilampo:

A Serpente encontra um Pirilampo, perseguindo-o incessantemente. Este, por sua vez, foge sem parar de brilhar...
Passa-se um, passam-se dois, três dias sem parar... até que o Pirilampo, exausto, pára e diz:
- Sei que me vais matar, mais primeiro posso fazer 3 perguntas?
- Tudo bem. - diz a cobra.
- Fiz-te algum mal? - pergunta o Pirilampo amedrontado.
- Não. - diz a Serpente com sarcasmo.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Então por que me queres matar?
- Porque simplesmente não gosto de te ver "brilhar".

O mundo está cheio de "serpentes" que fazem de tudo para não nos fazer "brilhar" apenas por razões idiotas.
Cabe-nos a nós fazer tudo o que está ao nosso alcance para que o "brilho" permaneça, independentemente das investidas alheias.

Paralelamente a esta noite em que reservei um café com a Inês, pensava sobre a seguinte questão: "Será o fim de um mês?"
Não "será"... Foi. Foi o fim dum excelente e atribulado mês, repleto de emoções e sensações de todos os tipos. Jamais te esquecerei. Obrigado por tudo: alegrias, tristezas, choros, risos, mágoas, orgulho ferido...
Obrigado.
Contigo aprendi...
Contigo cresci...



E pronto... por hoje é tudo...

Fiquem bem.
Fiquem em paz. [[ ]]

sábado, julho 21, 2007

Say What You Want

Tanto tempo... O que não acontece em 4 meses...
Tanta vida que já passou...
Tantas recordações...
Tanto, tanto...

Foram imensas as vezes que neste intervalo de tempo quis vir até aqui exprimir-me, quer por alegria, quer por tristeza... monotonia ou excessivo trabalho...

Acho que tive vergonha... não sei... é estranho...mas é a sensação que tenho...

Passaram-se as férias da Páscoa, e muito trabalho desde então...
A Queima das Fitas é que foi um proveitoso intervalo de 8 dias non-stop de bebedeiras até cair ao chão... LITERALMENTE! :)
Foi tão cansativo e tão bom ao mesmo tempo... =) tanta boa recordação... tantas lembranças que ficam-se pela metade devido a tanto etanol a percorrer as nossas veias...

Foi o degredo!

"eca, eca, eca! A V+!?* mijou na cueca"

"Vai Pedro! Vai Tuna!"

"elha, elha, elha! A RITA bateu numa velha!"

"Antes Kaos do que maus" by Pedro Abrunhosa (esta é para ti Cláudia) =b

"Txiiiiiiiiiiii... já tenho 17 pisaduras! Não sei que se passa comigo..."

"Já tens a tua bebida?! Foge! Go! Go! Go!"

"Owa... xou a Glaxiela. Podex-me dale uma maxaxem com óleo, Xão Pedlo?" LOOOOOOL

Enfim, podia continuar, que tão cedo não sairia daqui...

Os trabalhos desde então foram feitos, com maior ou menos custo, com mais ou menos "burros", e as frequências feitas num último esforço para render os poucos neurónios que me restam...
Simultaneamente, relações chegaram ao seu fim, onde surge um novo futuro para cada lado...

FÉRIAS!

Já não era sem tempo...
As forças esgotaram-se... a motivação também...
É o momento certo para recarregar baterias... sozinho? Não... :)

Rodeado de Amigos... :) (Mas os Amigos estão longe...) =S

Não faz mal... restam outros... também sábios, que nos dizem muito de si, com tão bons conselhos... chamam-se Livros. :)
Apelam à tua imaginação e criatividade, ao teu raciocínio e perspicácia e muitas vezes consegues aprender imenso com eles...
Aprender aspectos concretos do quotidiano (e não só!), que nos são tão úteis para o nosso presente e futuro, e que nos podem proteger de alguma da agressividade do mundo lá fora...

Ora aí está uma boa alternativa para estas férias... LER... :)

Nestas férias vou dar asas à minha imaginação...
Nestas férias não me vou sentir só...
Nestas férias não me vou sentir impotente...
Nestas férias não vou olhar para trás...
Nestas férias vou dizer o que eu quiser...



Powerless (Say What You Want) - Nelly Furtado

Paint my face in your magazines
Make it look whiter than it seems
Paint me over with your dreams
Shove away my ethnicity
Burn every notion that I may have a flame inside to fight
And say just what is on my mind
Without offending your might


Cuz this life is too short to live it just for you
But when you feel so powerless what are you gonna do
So say what you want
Say what you want


I saw her face outside today
Weatherworn, looking all the rage
They took her passion and her gaze and made a poster
Now it’s moccasins we sport
We take the culture and contort
Perhaps only to distort what we are hiding


Cuz this life is too short to live it just for you
But when you feel so powerless what are you gonna do
But say what you want
Say what you want


Hey you, the one, the one outside, are you ever gonna get in, get in
Hey you, the one that don’t fit in, how ya, how ya gonna get in
Hey you, the one outside, are you ever gonna get in with your
Broken teeth, broken jaw, broken mojo
Yeah, this life is too short to live it just for you
But when you feel so powerless, what are you gonna do


Cuz this life is too short to live it just for you
But when you feel so powerless, what are you gonna do
Cuz this life is too short to live it just for you
But when you feel so powerless, what are you gonna do
Say what you want, say what you want, say, say, say


Cuz this life is too short,
just for you



Fiquem bem... Fiquem em paz... e se for o caso, BOAS FÉRIAS! =D [[[ ]]]

P.S.: Já tinha saudades disto... *(",)*

sábado, março 17, 2007

"Vou-me Embalando"

Triste, mas alegre, concentrado, mas distante, eufórico, mas apático...
Perdido de mim próprio...
É como me sinto...
Contudo, e é por isso que hoje escrevo este post, queria agradecer a algumas pessoas que entraram recentemente na minha vida, por me ajudarem a estabelecer um rumo... e sobretudo, porque estão-me a ajudar a encontrar-me novamente...
Ruben, Silvana, Joana, Andreia (Viva à FLUP!), Norma e Trovão (as minhas açorianas), Joaninha, Ritinha, Peter Pan (Rui, o big Mr Chumby!) e finalmente, Bruno (o sr Dr...!)

... Um obrigado daqueles bem do fundo do coração ... =)*

E por isso dedico-vos uma música linda da Susana Félix, intitulada "Vou-me embalando" e um poema inspirador da Florbela Espanca... ;)

Espero que gostem... ;)

Fiquem bem... Fiquem em paz [[[]]]

"Vou-me embalando"

"Eu falei baixinho para ninguém ouvir

As palavras foram com o vento

Eu vou-me embalando só p'ra não sentir

Que os segredos vão ganhando ao tempo


...


Eu chorei baixinho para não me ouvir

Não vá o meu coração saber...

Que eu vou-me embalando só pra não sentir

A dor que tenho por te não ter..."





"Eu queria ser o mar altivo
Porte que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!


Eu queria ser o sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão, até da morte!


Mas o mar também chora de tristeza,
As árvores também, como quem reza,
Abrem aos céus os braços, como um crente!


E o sol altivo e forte, ao fim de um dia
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras...essas... pisa-as toda a gente!"


Florbela Espanca





(Lindo... inspirador...) =)*


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Lindo...terno...agressivo...o meu sentimento...

Estas duas músicas da Susana Félix conseguem retratar os meus sentimentos actuais no que concerne a tudo o que me rodeia... amigos, faculdade, namoros e pseudo-namoros, enfim...

Conseguem abarcar todo o tipo de sentimentos, desde a fúria, passando pelo perdoar sem esquecer o mal, até à saudade... =)

São absolutamente bestiais... =) Espero que a letra vos diga tanto como me dizem a mim... =)



FINTAR A PULSAÇÃO

É dia de arriscar
De fintar a pulsação
Mesmo se eu tropeçar
E fizer um arranhão

Eu vou andar tão certa
De que o medo é o papão!
Franzindo o meu sobrolho
A qualquer um, em qualquer direcção!

Hoje eu sou a dona da razão!
Ai de quem me diga que não!
Que eu sou capaz

De nem pestanejar!

É tempo de ser forte
Atar os ténis com dois nós
Abraçar o vento norte
Sorrir a quem se ri de nós!

Se nem sequer é noite
As sombras não vão lá estar
Eu vou cerrar os dentes
Que hoje é dia de arriscar!

Hoje eu sou a dona da razão!
Ai de quem me diga que não!
Que eu sou capaz de nem pestanejar!
E se algum dos maus me aparecer
Se me apanharem a correr
Eu sou capaz!
De nem pestanejar!



SOU EU

Quem te vê partir
Quem te vê voltar
Quem chama por ti
Antes de chegar...

Quem te contas histórias para adormecer
Quem te acorda antes do sol nascer

Sou eu!
Sou eu!

Quem te fala de viagens sempre à aventura
Quem te põe em verso como uma pintura...
Quem te vê perder
Quem te ve ganhar
Quem fica com o frio se não te esperar...

Sou eu!
Sou eu!

Sou eu com a mao perdida no teu cabelo
E a voz esquecida no teu tornozelo
Sou eu!


A falta que me fazes...
A falta que me fazes...
A falta que me fazes...



E pronto... entenderam?! Espero que sim...=)

Fiquem bem...fiquem em paz... [[[]]]

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Dilema... Sim ou Não?...

Não, caros colegas deste universo bloggista... não vou fazer nenhum tipo de propaganda em relação ao aborto de que tanto se fala no momento... aliás, nem sei se vou às urnas dia 11 deste mês...

Mas venho falar sobre a "vida"... e na vontade que a temos de viver, consoante as fases e momentos duros na vida pelos quais passamos...

Um grande amigo meu, dedicou-me as seguintes palavras, palavras essas escritas em determinados momentos cruciais...

Duvidei dos sonhos.
Duvidei da vida.
Duvidei da escolha que fiz um dia.
Questionei o tempo.
Questionei as gentes.
Duvidei de tudo o que me pertence.
Duvidei do mar, do Sol e o Universo.
Duvidei do Mundo, dos sorrisos e dos abracos.
Duvidei das vozes e ate' das sombras.
Duvidei do ser.
Duvidei do agir.
Duvidei do querer e até do sentir...
_______________ ________________ ______________
Olhei para trás
sei o que vi.
Parecia nevoeiro,
o segui. Algo se aproximou,
nada senti.
Não soube o que era,
só sei q fugi.
Tropecei num degrau,
quase cai.
Forças nas pernas,
eu recebi
E uma voz mágica
A sussurrar-me eu ouvi:
"Sobe esta escada
degrau a degrau
sem medos nem hesitações."
Não sei como, nem porquê
aqueles degraus eu subi
Alcancei o cume duma montanha
E nele senti,
a recompensa do percurso
que um dia empreendi.
Depois da árdua conquista,
disse enfim,
orgulhosode mim:
"Tudo consegui
porque uma voz eu segui.
Não adormeci,
os obstáculos sempre venci,
e na escuridão desisti.
E melhor do que tudo
é saber que vivi."
Gostava que conseguissem sentir o que eu senti ao ler isto... é de uma sensibilidade e genuidade extraordinárias...
Aliás, está provado que os escritores são os verdadeiros depressivos... uma espécie de eremitas...
Bem Hajas, Tiago... ;) És grande, rapaz! LOL
Espero que tenham gostado...
Fiquem bem... Fiquem em paz [[[]]]

"Avaliação"...Que palavra horrivel...=S

Avaliar... algo tão fácil e dificil ao mesmo tempo... tão fácil para professores que nos querem "arrumar p'ra canto num instante" e tão dificil para os que se esforçam em ser justos...

Avaliar... algo tão horrivel para alguns alunos e óptimo para outros (os marrões)...LOL
Avaliar... algo tão subjectivo... e que por muito que tentem mudar os seus métodos, o factor negativo "subjectivdade" é presença constante!...

Poças... =S

Parafraseando uma artista de renome internacional, "all I can do is try"... e a verdade é mesmo essa...é que só podemos tentar... podemos não conseguir, mas de qualquer das maneiras fica registado o esforço feito por alcançar determinado objectivo...
Só que esse "de qualquer das maneiras fica registado o esforço" por vezes é uma treta... porque tentamos e sentimos uma necessidade intensa de alcançá-LO... e não conseguimos... e continuamos a tentar...e continuamos a fracassar...
E o que sucede?
Entra-se em conformismo... começa-se a "tentar por tentar", perde-se a volição, entra-se numa filosofia do tipo laissez-faire...
Porquê? Porque simplesmente à medida que o tempo passa, a pessoa começa a aperceber-se que o seu esforço tem sido em vão...
E no fim deste ciclo, a vida da pessoa resume-se a isso...a uma volição nula, sem objectivos/metas estipuladas, e sem expectativas acerca de nada...
Confesso que começo a sentir-me assim neste momento...
Talvez seja devido ao estudo intensivo que eu os meus colegas temos vindo a ser sujeitos devido aos exames... ou talvez seja algo mesmo assertivo... =S
Isto porque batalhamos tanto para uma coisa, tanto eu como os meus colegas... e no fim de tudo a recompena que temos é um chumbo... ou uma nota miserável que terá repercussões negativas a longo prazo... e a realidade é que qualquer um dos meus colegas, inclusive eu, temos imensas capacidades, e ainda somos castigados por isso!
Não será de admirar portanto, que devido ao que foi dito inicialmente, os alunos comecem a entrar num ritmo de "nem vale a pena estudar, porque vou chumbar na mesma..."...(Porque há imensas coisas que nós diariamente temos de saber "na ponta da lingua", caso contrário, nem valeria a pena irmos para as aulas práticas =S... e olhem que não são tão poucas coisas quanto isso, dados os conteúdos das Práticas estarem intimamente associados às Teóricas)...
Sim, sim... eu sei, pode-vos parecer um pouco egocentrismo adolescente a mais...
Mas não é. Digo isto porque me acontece a mim e a todos os que me rodeiam no meu meio...
E depois disto tudo entra o mito do "São João"... "Ah e tal, é natural sermos assim corridos com más notas, mesmo sabendo imenso, porque os níveis de exigência, são extremamente grandes!"...
Mas eu quero lá saber disso! Eu quero é saber de notas justas... quero ver notas boas para quem estuda imenso e demonstra capacidades!... Sim, porque muitas vezes acontece que o aluno que não sabe "nada" até arriscou e inventou em algumas perguntas e passa à cadeira, e o pobre coitada que perdeu horas de vida de lazer, e até mesmo de sono, a marrar fortemente, chumba!
Enfim... mas isto vai continuar assim ao longo de todo o percurso escolar... e não há nada a fazer...
Foi um mero desabafo... =)*
Fiquem bem...Fiquem em paz.... [[[]]]

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Tributo à grandiosa Islândia! =)

Vista da Cidade e Capital Reykjavik (casas com uma beleza bestial!)
Erupções do vulcão Surtsey, em Vestmanneyjar, na década de 70. Daí que um dos tipos de erupções vulcânicas tenha este nome: "surtseyano".
Gelo.... e mais gelo...
O gelo pode ser uma coisa incrível... e esta imagem mostra isso... como um lugar destes pode parecer o Inferno...
Piscinas naturais...SIM! apesar de ser mt frio lá, a água dos lagos é tão quente que às vezes até dá para cozer comida!=) (Olha o exemplo dos Açores...)
Meia-noite de Verão na Islândia...

Cascatas Gullfoss, no rio Hvíta.
Regressão dos glaciares na Islândia devido ao aquecimento global. E como curiosidade, o Vatnajökull (jökull significa "glaciar") é o maior glaciar da Europa! =)
Os famosos póneis islandeses
Picture taken by NASA...
Um porto duma aldeia islandesa


Paisagens...
E mais paisagens...
E uma paisagem linda de morrer... (já viram o tamanho da queda???)


Típica igreja luterana islandesa.



"Bela" erupção, que quase dizimou a ilha de Surstey quase toda... por outro lado, a ilha, com tanta lava, tornou-se quase o dobro maior... =)
Bandeira linda... e país fantástico para viver... sistema de saúde óptimo, sistema fiscal exemplar, 2º país mais desenvolvido do mundo, e bestial para quem sofre problemas de discriminação. É o lar perfeito! =)
Geiser... aliás, em islandês diz-se "geysir"... daí que o nome actual tenha origem no islandês.





Belo Brasão!!!! com Eric, o Vermelho, o norueguês, que acidentalmente descobriu a Islândia, terminando as descobertas pelo norte do Canadá...










TENHAM MEDO!!!!
Paisagem linda e simultaneamente aterrorificadora!







Paisagens do Norte - Akureyri











A grande Björk e o seu talento inesgotável...






Eidur Gudhjohnsen, o meu jogador de futebol preferido, ex-avançado do Chelsea, e actualmente é um excelente marcador de golos do Barcelona... 7 golos no Campeonato! Go Eidur!





TAKK! (Obrigado!)